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Autor

Faço riscos, faço bolas

Faço riscos é uma canção de autor portuguesa, de Ana Maria Ferrão, de temática infantil onde os desenhos de riscos e bolas se transformam em flores.

Introdução

 

Para esta canção, optou-se por fazer uma sugestão de trabalho tripartida, com uma proposta para pré-escolar ou 1º Ciclo, uma para 1º/2º Ciclos, e outra para 2º/3º Ciclos. O resultado poderá culminar com uma apresentação. A apresentação constaria de:

  • performance musical (cantar a canção),

  • apresentação de canções criadas pelos alunos inspiradas em obras de arte, e

  • mostra de material artístico em formato de exposição.

 

Proposta para Pré-escolar/1ºCiclo

 

Para estas faixas etárias a sugestão faz-se no sentido de aprender a canção, possibilitando também a realização de mímica, sendo esta aprendizagem feita por imitação.

 

  • A aprendizagem da canção deverá ser feita gradualmente, frase a frase (e por acumulação de frases), começando pela aprendizagem da letra, juntando de seguida a letra com a melodia.
  • Para a aprendizagem da letra deverão fazer-se algumas repetições até esta estar relativamente bem interiorizada, tendo o cuidado em fazê-lo de uma forma expressiva e variada, isto é, orientar a repetição das frases para que não sejam ditas sempre da mesma forma, repetindo-as por exemplo de uma forma triste, alegre, a chorar, a rir, a gozar, de forma tímida, etc. O objetivo é que a criança faça uma série de repetições de uma forma motivada.
  • Segue-se então a junção da letra com a melodia, que poderá também ser feita por frases.
  • Por fim, à canção poderão juntar-se gestos que tenham a ver com a sua letra, podendo simular que se fazem riscos e bolas com os dedos, que se pinta uma folha, etc.

 

Com a melodia e os gestos interiorizados, poderá fazer-se um jogo de substituição de palavras por gestos, jogo este que consiste na substituição progressiva de um conjunto de palavras (“Faço riscos”, “Faço bolas”, “depois pinto”, “de todas as cores”, etc.) por gestos. Isto é, começa-se por cantar toda a canção (sem gestos); da 2ª vez que se canta substitui-se “Faço riscos” por gestos (em silêncio), cantando-se a restante canção; progressivamente vão-se substituindo as palavras por gestos, até que no fim a criança não canta (canta apenas interiormente), fazendo os gestos correspondentes.

Este exercício é interessante pois para além de ser divertido, estimula as capacidades de audição interior, a memória musical e coordenação psico-motora.

 

 

Proposta para 1º/2º Ciclos

 

Neste exercício pretende-se que a criança relacione o ritmo da canção com o traço, sendo capaz de sentir e exprimir o compasso ternário bem como as alterações no andamento através do desenho. Para isso, deverá ser colocado à disposição material para desenhar e uma folha de papel.

 

Partindo do princípio que só se poderão utilizar círculos e triângulos no desenho, e sempre numa única linha contínua (o lápis não se deve levantar da folha desde o início da canção e até esta acabar), a criança deverá relacionar o traço do desenho com o ritmo da canção. O facto de se trabalhar apenas com triângulos (3 lados) ou círculos tem a ver com a canção estar em compasso ternário.

Por exemplo, uma criança poderá escolher trabalhar com lápis de cor e utilizar como forma o triângulo. Assim que começa a canção a criança deverá iniciar o seu traço  - que deverá ser contínuo até ao final da canção - sendo que a velocidade com que progride o traço deverá ir ao encontro das alterações no andamento, que se vai tornando mais rápido ao longo da canção.

 

 

Exemplo prático (ver imagens em formato grande aqui):

 

 

Nas primeiras imagens podem observar-se dois resultados visuais possíveis, e os pormenores permitem perceber como o ritmo da canção (expressa aqui através do texto) se deve relacionar com o desenho. Aí pode também visualizar-se a bold onde deve estar a acentuação do texto.

Nestes exemplos tem-se apenas uma linha, que corresponde ao facto da melodia ter sido tocada uma vez. No entanto, este exercício poderá será realizado mais do que uma vez, e com cores ou formas (triângulos e círculos) diferentes, consoante a dimensão da folha e o preenchimento que se pretender obter.

 

 

Proposta para 2º/3º Ciclos

 

Uma grande influência na pintura de Kandinsky terá sido a música do compositor Arnold Schönberg, com quem manteve correspondência entre 1911 e 1914, e que revela como a arte pode ser vista como uma manifestação física da música, ideia que será o ponto de partida para o próximo exercício.

 

Transportar a música para a pintura, e vice-versa:

 

Neste exercício pretende-se que partindo de uma obra musical a exprima graficamente.

Indo ao encontro da temática trabalhada na canção “Faço riscos”, o aluno pode ser desafiado a criar também uma pintura abstrata utilizando “riscos” e “bolas”, bem como trabalhar a cor.

Será interessante que o aluno consiga exprimir graficamente alguns conceitos utilizados em música como o andamento (formas que revelam rapidez ou lentidão), dinâmica (forte ou piano), staccato e legato, etc. Poderá ser um ponto de partida para este exercício a audição de uma obra de Schönberg.

 

O exercício poderá depois ser feito ao contrário, procurando que o aluno parta de uma obra gráfica e procure exprimi-la sonora/musicalmente. Para isso poderá utilizar como recursos a sua voz, instrumentos musicais, objetos sonoros, etc.

Será uma hipótese utilizar uma pintura de Kandinsky para este exercício.

 

O confronto com a opinião de colegas acerca daquilo que sentiram (sonoramente) ao olhar para a pintura, ou a expressão gráfica resultante de ouvir determinada peça musical pode enriquecer muito este exercício, transportando-o para outros caminhos que se poderiam vir a explorar.

Ao professor cabe a tarefa de mediar a discussão, e ser capaz de aproveitar ideias que se revelem interessantes e/ou que possam ser um ponto de partida para estabelecer a ponte entre outros conteúdos programáticos do currículo.

 

No final é importante que as pinturas realizadas e as peças musicais criadas sejam apresentadas em público, procurando colocá-las junto da obra “inspiradora”.

 

 

SABER MAIS

 

Encontro entre a música de Schoenberg e a pintura de Kandinsky.

 

Ficha da canção
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Pauta
Letra

Faço riscos, faço bolas

 

Faço riscos, faço bolas

Depois pinto de todas as cores.

Na minha folha de papel

Riscos e bolas agora são flores.

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riscos bolas cores flores Ana Maria Ferrão
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