A melodia está na tonalidade de si menor (a sensível, Lá #, aparece uma vez na 1ª frase; a sub-tónica, Lá, aparece duas vezes na 2ª frase). Tem um âmbito de 10ª m [Si 2 – Ré 4].
É constituída por graus conjuntos e por intervalos melódicos de 3ª (m e M), 4ª P e 5ª Perfeita, em cada uma das suas três partes.
A melodia está escrita no compasso 6/8, binário de tempos de divisão ternária .
O ritmo é silábico e quase exclusivamente escrito em semínimas e colcheias, com entradas em anacruse e pausas entre as frases. As linhas rítmicas da 1ª e 2ª partes da melodia são iguais, e caracterizadas pela célula [semínima + colcheia], tendo a 3ª parte quase exclusivamente 3 colcheias em cada tempo.
O andamento é lento (Larghetto), mas a figuração e a divisão ternária dos tempos, faz-nos sentir um andamento moderado.
A melodia tem três partes, de igual duração, que se repetem.
Dadas o paralelismo rítmico entre a parte A e a B, alguma semelhança melódica dos antecedentes, e a coincidência dos seus consequentes, pode considerar-se B como uma variação de A. Nesse caso, a classificação seria de forma binária (AB), com o seguinte alinhamento: AAA’A’BB, sendo a parte A constituída por (ab), a parte A’ por (a’b) e a parte C por (cc’).
O conjunto AAA’A’BB é cantado três vezes, já que a canção tem três estrofes com 6 versos, que se repetem.
O arranjo segue o plano formal Introd. AAA’A’BB Interl. AAA’A’BB Interl. AAA’A’BB Coda, que noutro tipo de classificação, de mais fácil leitura, podemos esquematizar do seguinte modo:
Introd. AABBCC Interl. AABBCC Interl. AABBCC Coda.
A instrumentação inclui um contrabaixo remetendo para um ambiente jazzístico, na introdução, seguindo-se A e B com um trio Jazz, composto por guitarra, bateria e contrabaixo, acompanhando a melodia da flauta transversal, audível até ao final da canção. Em C, são introduzidas variações rítmicas em percussões étnicas de cariz africano. Verifica-se o adensar da textura na parte C comparativamente a A e B. No final de cada sequência AABBCC, surge um Interlúdio e no fim uma pequena coda.
Meninas, vamos ao vira
Ai, que o vira é coisa boa!
Eu já vi dançar o vira
Ai, às meninas de Lisboa!
Ó vira, que vira, e torna a virar.
As voltas do vira são boas de dar.
Meninas, vamos ao vira
Ai, que o vira é coisa linda!
Eu já vi dançar o vira
Ai, às meninas de Coimbra!
Ó vira, que vira, ó vira, virou.
As voltas do vira sou eu quem as dou.
Meninas, vamos ao vira
Ai, que o vira é coisa bela!
Eu já vi dançar o vira
Ai, às meninas de Palmela!
Ó vira, que vira, se não viro eu.
Teu pai é meu sogro, teu amor sou eu.