A canção faz uso de timbres não convencionais, ou seja, sons que não são produzidos por instrumentos musicais. Neste caso, são transformados e adaptados ao contexto da canção, adquirindo também características musicais.
Um exemplo ilustrativo desta abordagem é o trabalho de Matthew Herbert - Plat du Jour, um disco feito integralmente com recurso a timbres não convencionais (colheres, garfos, sons gravados num aviário, sons da respiração, peças de fruta, entre outros). (Ver vídeo abaixo.)
No próximo vídeo poderá ver e ouvir outro exemplo muito conhecido da utilização de um objeto comum enquanto instrumento musical, neste caso com orquestra, na interpretação da peça The Typewriter de Leroy Anderson.
Em baixo, podem ouvir-se alguns dos timbres utilizados no arranjo da canção Marinheiro:
- a música também pode ser feita sem instrumentos musicais convencionais (flauta, guitarra, piano, pandeiretas, etc.);
- os sons do meio ambiente e de objetos do quotidiano, entre muitos outros, podem ser utilizados de forma criativa e enriquecedora em contextos musicais.
Escutar esta paisagem sonora procurando identificar os elementos que vão surgindo.
No seguimento, proponha o seguinte exercício musical:
1- Enquanto ouvem, peça à(s) criança(s) que escolha(m) um instrumento musical da sua preferência e que improvise(m) de acordo com o que a paisagem sonora lhe(s) sugere. O exercício visa essencialmente promover a escuta, a criatividade e experimentar formas de expressão menos convencionais, da música e do som. (Não se centre nos resultados, mas sim nas formas de expressão.)
2- Dialogar acerca da escolha do instrumento e a forma como foi tocado, visando uma reflexão sobre a forma como se interagiu com a paisagem sonora e quais os sentidos que se lhe atribuiram.
3- Utilizando como estímulo a imagem apresentada em baixo, peça às crianças que criem um som representativo, utilizando objetos da sala (como papel, plásticos, etc.), os sons do corpo, sons vocais ou outras ideias que possam surgir.
Marinheiro que andas no mar,
eu também sou marinheiro.
Toma lá esta cartinha,
vai levar ao Zé Padeiro.
Vai levar ao Zé Padeiro,
se não vais, a culpa é tua.
Quem não tem aqui amores
põe o chapéu, vai prà rua.
Põe o chapéu, vai prà rua,
põe o chapéu, vai-se embora.
Eu não tenho aqui o meu,
faço o mesmo em qualquer hora.