A melodia está na tonalidade de Dó M (hexacorde) e tem um âmbito de 6ª Maior [Dó 3 – Lá 3].
É constituída por graus conjuntos, tendo ainda intervalos melódicos de 3ª (m e M), uma 4ª Perfeita e uma 6 ª Maior, na 1ª parte, e apenas uma 3ª menor e uma 4ª Perfeita, na 2ª parte. Ambas as partes terminam na Tónica (Dó) o que lhes confere um caráter conclusivo.
Do ponto de vista da construção melódica, destaca-se a utilização do arpejo descendente da tónica no início da 1ª frase (“Não é galo”) e o movimento predominantemente por graus conjuntos da parte B da melodia.
A melodia está escrita no compasso 2/4, binário de tempos de divisão binária.
O ritmo é silábico e escrito em colcheias, em semínimas, mínimas e respectivas pausas.
A canção é baseada em dois padrões rítmicos: o primeiro é utilizado nas quatro frases da parte A (com exceções na última figura rítmica da 3ª frase, duas colcheias em vez de uma semínima, devido ao maior número de sílabas da palavra, e no final da 4ª frase, em que a última figura é mais longa) e o segundo nas três primeiras frases da parte B (a última frase - “ão, ão, ão!”- mais curta, tem um ritmo diferente). Todas as frases da parte A têm entradas em anacruse.
O andamento é moderado (Allegro), sem variações.
Forma binária (AB).
A melodia segue a estrutura do poema encontrando-se dividida em duas partes (A e B), correspondendo às duas quadras do poema. A parte A é constituída por pequenas frases de 2 compassos (abcd) e a parte B tem 3 frases de 4 compassos e uma final com 2 compassos (ee’fg).
O arranjo segue o plano formal seguinte: Introd. AB AB.
O presente arranjo foi concebido para ser interpretado por voz acompanhada ao piano. Entretanto, na versão áudio aqui apresentada e interpretada pelo autor do arranjo, foram acrescentados outros instrumentos que julgou poderem enriquecer a sonoridade da canção.
Não é galo nem galão,
nem padre nem sacristão:
é um animal esquisito
entre peru e pavão,
tem barbas ruivas de milho,
tem olhos de crocodilo,
rabo de rato ou de cão,
ão ão ão!