Fado escrito em Fá maior com âmbito entre Lá2 - Dó3, a melodia é constituída por intervalos de 2ª (M e m), 3ª(M e m) e 4ª (P), desenvolvendo-se essencialmente por graus conjuntos.
Apesar de existir uma linha melódica associada, e mantendo-se a estrutura, cada intérprete pode adaptar e recriar a melodia.
A melodia resulta, em grande parte, da mistura da já referida linha melódica orientadora com o texto que se canta, ajustando-se os ritmos e notas à métrica das palavras e versos.
A melodia está escrita no compasso 4/4, quaternário de tempos de divisão binária.
O ritmo é silábico e escrito predominantemente com semicolcheias e colcheias. Pelas variações expressivas da interpretação da fadista, na transcrição, alguns ritmos foram ajustados ao serviço de uma simplificação da leitura e compreensão da melodia.
O andamento é Allegro (Semínima ≈ 120).
Forma binária (AB).
A melodia é constituída por duas partes.
O arranjo segue o plano formal seguinte: Introd.| AB | A'B' | A''B'' | A'''B''' ||
Arranjo com abordagem tradicional ao estilo. A fadista é aqui acompanhada por um trio de instrumentistas que tocam guitarra portuguesa, guitarra clássica, referida no fado muitas vezes como viola de fado, e guitarra baixo em versão acústica. As funções de cada instrumento estão bem definidas e concentradas nos propósitos de ornamentar a linha melódica e dar suporte harmónico e rítmico ao intérprete.
Direção musical - Gilberto Costa e João Tiago Oliveira
Fados interpretados por Yola Dinis - Voz; Pedro Viana - Guitarra portuguesa; João Tiago Oliveira - Guitarra; Frederico Gato - Baixo acústico.
Gravado, misturado e masterizado por Frederico Gato.
Transcrição e edição de partituras e vídeo por Carlos Gomes e Gilberto Costa.
Zanguei-me com o meu amor
Não o vi em todo o dia (Ai!)
À noite, cantei melhor
O fado da Mouraria
O sopro de uma saudade
Vinha beijar-me hora a hora (Ai!)
Pra ficar mais à vontade
Mandei a saudade embora
De manhã, arrependida
Lembrei-o, pus-me a chorar
Quem perde o amor na vida (Ai!)
Jamais devia cantar
Quando regressou ao ninho
Ele, que mal assobia,
Vinha assobiar baixinho
O fado da Mouraria