A melodia está na tonalidade de Ré Maior e tem um âmbito de uma oitava [Ré 3 – Ré 4]. Sempre que repete, à excepção da última vez, surge um Mi bemol representando a estranheza perante a incrédula situação de nem mesmo um número crescente de alfaiates se revelar capaz de apanhar uma aranha.
É constituída por intervalos melódicos de 2ª (m e M), 3ª (m e M), 4ª (P), 6ª (m) e 8ª (P).
Possui maioritariamente graus conjuntos, intervalos de terceira encadeados e um salto de maior amplitude no final de cada vez que o tema repete. Principia em pp crescendo gradualmente até fff, de cada vez que a melodia repete, estabelecendo a relação com o texto e o número de alfaiates presentes na história.
A melodia está escrita maioritariamente em compasso quaternário começando com anacruse.
O ritmo é silábico, com uma estreita ligação com a prosódia do texto e quase exclusivamente escrito em colcheias com ocasionais semínimas, semicolcheias e tercinas de colcheia.
O andamento é Moderado com indicação de semínima igual a 100.
Constituída por uma melodia que se repete sete vezes com pequenas variações que se relacionam com o texto (A A’ A’’ A’’’ etc.).
Possui uma introdução e uma coda tocadas apenas pelo piano, existindo ao longo da canção quebras métricas introduzidas tanto pelo piano, como por gritos do coro.
Apesar de se encontrar numa tonalidade maior, apresenta cromatismos e acordes aumentados sempre que o texto se refere a algo insólito. Estando escrita para coro e piano, algumas referências remetem para outra instrumentação e imagens sonoras como: trompetes (c.8-10, 25 e 28), sinos (c.11), corrida (c.15 e 22), gritos (c.20 e 20), e até mesmo riso, no último compasso, sugerido por apogiaturas e um movimento descendente na parte de piano.
É sugerido o ambiente de uma marcha de caráter militar indo de encontro ao número crescente de um exército de alfaiates, reforçada no c.29, na mão esquerda do piano, por uma pequena citação da Marcha de Pompa e Circunstância de Edward Elgar (1857-1934).
Ficha técnica:
Cantado pelo Coro de Pequenos Cantores de Esposende - Direção de Helena Venda Lima
Gravado, misturado e masterizado por Gustavo Almeida
Andam sete alfaiates
Para matar uma aranha.
Vejam só o disparate
Que nenhum dos sete a apanha.
Vêm setenta alfaiates
Quais soldados em campanha.
Tocam os sinos a rebate
Para matar uma aranha.
Setecentos alfaiates,
Mas que gente tão estranha
A correr p'ra todo o lado
À procura de uma aranha.
São sete mil alfaiates
E todos: "Farei, farei!"
Para matar uma aranha
Gritam: "Aqui d'el-Rei!"
Setenta mil alfaiates
E é ver qual corre mais
Para matar uma aranha
Não são muitos. São de mais.
Setecentos mil alfaiates
Cada um uma tesoura.
Sete milhões de alfaiates
Cada qual com uma vassoura.
Setenta milhões de alfaiates
Não se crê em tal façanha
Que tantos valentes juntos...
Deixem fugir uma aranha.