Abordar e compreender a temática e o significado de palavras e expressões do texto menos conhecidas ou caídas em desuso (por ex. borzeguim, defeso, vedado, vexado), bem como a evolução na grafia das palavras (trae em vez de 'trai', borzeguis em vez de 'borzeguins', cuydados em vez de 'cuidados').
Familiarizar-se com o texto:
omitir palavras previamente combinadas;
acompanhar a música com a marcação corporal (palmas ou outra percussão corporal) marcando o início de cada compasso e, posteriormente, percutindo o ritmo da melodia da canção.
As frases melódicas da canção têm um início semelhante, em anacruse na primeira parte da frase ('Não tragais...') e a tempo na segunda ('Que na corte...').
Experimentar entoar apenas as palavras iniciais de cada frase para sentir a diferença entre um tipo de entrada e outro.
Ouvir e entoar a melodia, sem texto, por frases, repetindo de forma expressiva e variada, imitando o som de um instrumento (por ex. trompete). Em alternativa, pode ouvir-se a versão melodia com acompanhamento definindo e cantado frases e/ou partes de frases, até cantar toda a canção.
No início de cada estrofe as frases melódicas são idênticas. Experimentar entoar apenas as partes de frase que se repetem para melhor fixar a melodia e trabalhar a afinação:
'Não tragais, não tragais borzeguis pretos'
'Não tragais, não tragais o que defeso'
'Anda sempre, anda sempre aventurado'
'Verem-vos, verem-vos andar aceso'
Nesta canção, de andamento vivo e agitado, fala-se de proibições e consequências para os que as não respeitarem. Explorar e expressar de modo dramatizado estas ideias com elementos musicais contrastantes, como por exemplo:
explorando várias intensidades (piano, meio-forte e forte) com momentos em que se segreda ou em que se desafia em alta voz;
A melodia e texto desta canção foram construídos sobre uma estrutura harmónica assente numa estrutura musical pré-existente (conhecida como Folia), muito popularizada na época e à qual se tem atribuído origem ibérica.
Criar um acompanhamento rítmico para a canção:
Experimentar improvisar uma nova melodia (completa ou aproveitando a existente e alterando apenas partes de frases) usando a versão acompanhamento.
Pesquisar, ouvir e comparar outras interpretações desta canção, por exemplo:
A Folia, nome da famosa estrutura harmónica pré-existente sobre a qual se construiu esta canção, tem exercido o seu fascínio sobre os compositores ao longo dos tempos. Uma pesquisa sobre este tema musical permitirá conhecer melhor este fenómeno da história da música. Alguns exemplos:
Não tragais, não tragais borzeguis pretos
Que na corte são defesos
Ora com borzeguis pretos
Não tragais, não tragais o que defeso
Porque quem trae o vedado
Anda sempre, anda sempre aventurado
A ser vexado e preso
Verem-vos, verem-vos andar aceso
Ora en cuydados secretos
Ora com borzeguis pretos