This website uses cookies to improve your browsing experience, security and website performance. For more information about cookies and the processing of your personal data, see our Privacy Policy. Proceed

Cante

Marcela

Marcela, assim se diz de norte a sul em vez de macela (planta). Caso de etimologia popular por influência de Março, segundo Prof. Leite de Vasconcelos. Dias Nunes (de Serpa) publicou-a em A Tradição, n.º 6—2.º ano — de Junho de 1900, p. 93, com este 3.º verso: «Lá nos campos, verdes campos».

Nesta versão correm duas quadras soltas, variantes, compostas pelas crianças que cantam. 

Select format Video | Audio:
Voice and accomp.
Accompaniment
Pauta
Análise musical da canção

 

Características melódicas

 

A melodia está na tonalidade de Dó M e tem um âmbito de 7ª menor [Si 2  – Lá 3].

Tem duas frases melódicas, que são primeiro cantadas pelo solista – que no Cante Alentejano se chama “ponto” – e depois pelo coro.

A 1ª frase começa com um intervalo de 6ª M ao que se seguem graus conjuntos e um final com um arpejo descendente do acorde de tónica. A 2ª frase é tão semelhante que pode considerar-se uma variação da 1ª: começa com um intervalo de 4ª Perfeita ao que se seguem graus conjuntos, num movimento que é quase sempre em paralelo e a um intervalo de 3ª (m ou M) inferior ao da linha melódica da 1ª frase. Ambas começam e acabam na tónica (1º grau).

 

Características rítmicas

 

A melodia está escrita no compasso 2/4, binário de tempos de divisão binária.

O ritmo é silábico, na forma como está escrito, mas são feitas inflexões melismáticas, ao estilo do Cante. Está escrito em colcheias ou com células [colcheia pontuada + semicolcheia], seguindo a prosódia, e terminando as frases com semínimas que se prolongam para o compasso seguinte, numa síncopa regular. As frases entram em anacruse, sempre com 2 colcheias.

O andamento é moderado (Andante), sem variações.

 

Forma

 

Pode considerar-se que a forma é binária (AB), ou que se trata de uma só frase que se repete com variações (AA’), mas sendo estas consideráveis, será de seguir a primeira opção.

As duas frases melódicas (A e B) são cantadas pelo “ponto” e imediatamente a seguir, com o mesmo texto, pelo coro (AABB).

As frases AB são cantadas três vezes, seguindo o plano formal : AA BB AA BB AA BB.

São cantadas seis estrofes diferentes que o “ponto” canta e o coro repete (1.1. 2.2. 3.3. 4.4. 5.5. 6.6.).

Volta-se ao início, cantando quatro estrofes já ouvidas (1.1. 2.2. 3.3. 4.4. 5.5. 6.6. 1.1. 2.2. 3.3. 4.4.).

 

Arranjo/Instrumentação

 

O arranjo segue o plano formal seguinte: Introd. AA BB AA BB AA BB AA BB AA BB Coda.

 

Apesar da tradição do Cante ser na sua origem só vocal, apresenta-se aqui acompanhado pela Viola Campaniça, com uma introdução de 10 compassos que faz ouvir a melodia e prepara a entrada do coro, como acompanhamento em toda a canção, e fazendo uma brevíssima coda que pouco mais inclui do que os dois acordes da cadência perfeita (V – I).

 

 

 

Mocinhos em Cante - Gravado por Gilberto Costa e Celestino Dias no auditório da Ovibeja.

Viola campaniça por Paulo Colaço - Gravado por Gilberto Costa no Conservatório de Música de Beja.

Misturado e masterizado por Gilberto Costa.
Edição de partituras e vídeo por Carlos Gomes.

Song in pdf
Download
Score
Lyrics

Marcela

 

Lá nos campos, verdes campos, 
eu fui a colher marcela! 

(bis)
Daquela mais miudinha, 
daquela mais amarela!

(bis)

 

Daquela mais amarela, 
daquela mais miudinha! 

(bis)
Lá nos campos, verdes campos, 
a marcela, marcelinha.

(bis)

 

Eu já vi um cão a ler

E uma pulga andar à escola.

(bis)

Nas costas de uma formiga,

Armou-se um jogo da bola.

(bis)

 

TAGS
Cante Alentejo colours animals nature
My List